A história da Editora Noa Noa é uma espécie de memória impressa do aprendizado do poeta Cleber Teixeira, de sua educação de escritor e, em suas próprias palavras, um “mergulho profundo que diz respeito à criação literária, à manufatura do livro”. Sempre o livro como um poema de amor ao livro, às artes gráficas e à tipografia. Não foi Augusto de Campos quem chamou Cleber Teixeira de poeta da edição?
O projeto editorial da Noa Noa apresenta, principalmente, livros de poesia e, na sua maior parte, traduções – muitas delas feitas pelo próprio Augusto de Campos. Além de poeta e editor, Cleber Teixeira era também tipógrafo e impressor dos livros da Editora Noa Noa. Seu projeto gráfico é de uma simplicidade sofisticada, com composições tipográficas tradicionais:
não é por acaso que eu preservo um desenho clássico, quer dizer, eu quero a minha folha de rosto, que para muita gente é convencional, aquilo que é fruto de uma busca, é aquilo que eu quero. Estou preservando, estou tentando resgatar uma tradição, estou indo atrás daqueles editores-impressores do século XVI, XVII.
Os livros da editora Noa Noa – nome retirado do livro de Paul Gauguin, e que significa terra perfumada – têm este encantamento do lugar do gesto da tipografia, da mão do tipógrafo. E Cleber Teixeira tinha consciência de que o processo de composição manual proporcionava este convívio físico, quase uma relação íntima, com os poetas que estava editando:
ao construir o verso, letra por letra, palavra por palavra, eu me sentia convivendo com aquelas poetas. A presença deles me acompanhava dia e noite.
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Conteúdo complementar:
O editor de livros inviáveis – Rafaela Biff Cera
O peso das palavras – Victor da Rosa
Pensamento gráfico de Cleber Teixeira e a editora Noa Noa – Visita guiada com Tina Merz
CLEBER TEIXEIRA | CAVALEIRO DA TIPOGRAFIA
TRADUÇÕES DE AUGUSTO DE CAMPOS | EDITORA NOA NOA
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